quinta-feira, 22 de março de 2012

Capítulo 4 - Heyguy

            Olhei em volta e o dia estava amanhecendo, achei estranho mais tudo bem, resolvi me levantar, e percebi que meu pé estava machucado devo ter caído enquanto corria aquela música não saiu da minha mente, eu não sei o que está acontecendo, mas vou descobrir...
            Comecei a pensar no que fazer e como não achei uma resposta certa então achei melhor analisar o território primeiro para ver se é seguro, afinal eu nem sabia onde estava e como havia chegado ali.
             Fui andando e descobrindo o lugar...
            As casas eram simples, mas clássicas. Tinha um lugar que parecia um bar que era meio bárbaro, não sei descrever bem. As pessoas começaram aparecer, pareciam abatidas, mas essa gente dava um brilho diferente a cidade.
            Vi um senhor caindo e corri para ajudá-lo, ele me fitou e com um olhar curioso me disse:
            -Quem é você?Eu nunca o vi por aqui.
            -Eu sou Joey. E eu realmente não sou daqui. -respondi
            -E de onde você é?
            -Da Alemanha!
            -Alemanha?Onde fica?É um vilarejo aqui perto? E vocês se vestem assim lá?
            Ele não conhece a Alemanha? E eu estou vestindo roupas normais para época, mas ele parece não conhecer essas roupas, nem ele e todo mundo daqui.
            -Senhor onde estou?
            -Em Heyguy, meu filho, mas Alemanha é onde?
            O que é Heyguy, nossa o que será que aconteceu comigo será, acho que estou em uma época diferente pelo estilo das casas das pessoas se vestirem, mas como isso pode ser possível nunca ouvi falar de algo assim antes...
            -Senhor em que ano estamos?
            -238.
            -Antes ou depois de cristo?
            -Quem é cristo?
            Ótimo estou no ano 238 antes de cristo, e agora como vou voltar, se bem que esse sempre foi eu sonho, viver numa era medieval e ir para uma guerra medieval...
            -E o senhor sabe de alguma guerra por aqui?
            -Nem me fale de guerra meu filho, aqui está acontecendo uma horrível e o rei está recrutando de crianças a velhos, eu já passei da idade da qual ele está recrutando, mas como meu único filho morreu na guerra e não tenho mais filhos, nem netos que possam lutar em meu lugar, então eu mesmo terei que ir, e minha mulher está muito preocupada comigo e fica brigando com todos que ele pensa estar envolvida com essa história.
            Então está acontecendo uma guerra aqui, parece o destino querendo que eu lute pena que para esse senhor o destino não foi tão gentil, não só com todo esse povo que me parece estar sofrendo muito, e pelo jeito que ele falou da guerra perece estar feia a coisa, vai ser uma pena se esse senhor morrer, porque ele até  lembra meu avô...
            ...Meu avô é isso, talvez eu tenha vindo para ajudar esse senhor, eu poderia me passar de seu neto, não sei se ele vai gostar da ideia.
            -Eu acho que tem um jeito do senhor não ir pra guerra.
            -Acho que não eu já até tentei falar com os comandantes sobre isso, mas não teve jeito.
            -Senhor, tem um jeito sim, tem um lugar menos movimentado para a gente conversar?
            -Tem sim, vamos lá pra casa.
            Enquanto íamos caminhando ele foi me contando sobre a guerra, como ela começou e sinceramente se não fosse por esse senhor, eu não lutaria nessa guerra, talvez contra esse rei, porque ele é muito idiota e precipitado, e eu realmente gosto de lutar, mas essa guerra está matando mais por dentro do que por fora.
            Chegamos na casa dele, a mulher dele está andando de um lado para outro, e parecia muito cansada...
            -Arthur, onde você estava?Fiquei preocupada.
            -Só sai um pouco, eu não posso ficar trancado dentro de casa.
            -Quem é esse homem com você?Ele veio te buscar para essa guerra, há mais ele me paga-Ela disse pegando uma espécie de vassoura e começando a me bater.
            -Não é nada disso senhora... Pare de me bater que eu explico tudo.-disse eu saindo correndo.
            -Nicole, pare de bater no rapaz, ele só estava tentando ajudar.
            -Você tem certeza?Porque eu posso colocá-lo para fora.
            -Sim, eu tenho certeza.
            -E como ele pretende ajudar?
            -Ele ainda não me disse.
            -Bom, eu acho que eu poderia me passar de netos de vocês, e ir lutar na guerra, assim o senhor não precisaria ir.
            -Mas eu nem tenho filho.
            -O senhor disse que teve um filho e ele morreu, pode dizer que ele teve um filho antes de morrer e que assim que eu fiquei sabendo da guerra vim lutar no seu lugar.
            -Mas porque você faria isso. -perguntou a senhora desconfiada.
            -Eu já iria de qualquer jeito mesmo.
            -E o que você quer em troca?
            -Nada.
            -Você não nos conhece, porque nos ajudaria de graça.
            Eu não queria ofender aquele senhor, mas esse seria o único jeito daquela senhora aceitar isso eu a conhecia a alguns minutos, mas parecia que conhecia ela a muito tempo, no fundo eu também não acreditaria em um cara que eu conheço a poucas horas e já quer fazer algo para realmente ajudar sem querer algo em troca.Eu realmente tenho que ajudá-los sinto que estivesse em dívida com eles.
            -No fundo eu acho que seu marido só vai atrapalhar se for lutar.Então posso ajudá-lo.
            -Tudo bem, não sei por que eu confio em você.
            Pude ver que o senhor se sentiu humilhado, me sinto mal por isso, entretanto agora tudo ficaria bem, eu acho.
            Agora eu só tenho que mudar minhas roupas afinal, não posso chegar lá assim, peraí eu nem sei onde fica o tal lugar, vou ter que perguntar isso também.
            -Senhor, poderia pegar umas roupas, para mim, eu não posso chegar lá assim.-apontei para as minhas roupas.
            O senhor Arthur foi pegar umas roupas para mim enquanto a sra.Nicole preparava algo para mim comer.E eu fiquei esperando numa espécie de sala, sei lá tudo muito familiar, porém muito diferente do que eu estava habituado a ver nas casas na Alemanha, como posso estar tão longe (mais de 2.000 anos para ser exato) e me sentir tão em casa.
            -Aqui está.
            Ele me entregou uma roupa de guerra, que era incrível.
            Vesti e serviu perfeitamente como se fosse feita para mim, me senti muito bem, e eu fiquei bem, como num sonho, será que vou acordar agora?Esperei um tempo, me bati e nada, se eu estava dormindo eu não queria acordar.
            Isso está me assustando, como isso aconteceu, eu tenho que descobrir, o pior que está tudo dando certo que nem dá vontade de procurar uma resposta.
            A Sra.Nicole me serviu uma comida que eu nunca ouvi falar...
            -Grunhado de jilyave- disse ela
            Que apesar do nome tinha um gosto extremamente bom...grunhado de jilyave, nunca imaginei.Enquanto terminávamos de comer pedi para o Sr. Arthur me falar mais do acampamento e ele me contou suas histórias de guerra, suas aventuras, as do seus antepassados, do seu povo, me contou a verdade da era medieval, parecido porém diferente do que a gente imagina que é...ficamos horas e horas conversando, quando vi já estava de noite.
            -Ai meu Deus já é de noite tenho que ir para o acampamento logo.
            -Não, você vai dormir aqui, amanhã de manhã você vai.
            Consenti com a cabeça, sem nem ao menos responder.
            Comemos e eu me deitei num quartinho velho, que era do filho deles, parecia que ninguém ia ali a muito tempo.
            Deitei, virei para um lado, virei para o outro, tudo estava bem, mas ainda não consigo dormir, e não é por causa do que aconteceu com meus pais agora eu pude perceber já que aquele vazio tinha sumido grande parte, eu não sei o que é mas algo está faltando...
            Como não conseguia dormir, fiquei pensando no que esperar da guerra...
            Eu não sabia.
            Não sabia se me esperava a glória ou a morte...não sabia como, nem porque eu estava ali, não consegui decidir o que esperar, então resolvi tentar apenas dormir, tentar...

quinta-feira, 15 de março de 2012

Capítulo 3 - Grinbold


                 Que cidade, que nada, está mais para um vilarejo, mas onde estou?E como vim parar aqui?Não dá para ver nada direito...devo estar sonhando!Me belisquei, me bati, pulei, esperneei e nada, é talvez isso não seja um sonho e deve-se pensar no que fazer agora.
            Pelo jeito que o céu está agora deve ser 1h da manhã, portanto não ter ninguém acordado, não me resta nada além de tentar dormir, só achei uma árvore para eu encostar nesse escuro, fazer o que né?
            Tentei mas não funcionou muito bem, a árvore era muito desconfortável e fui pensando em onde eu estava, então fui para as possibilidades:
            1°-Havia sido raptada por ETs;
            2°-Fui para um outro mundo, através do meu balanço que era mágico;
            3°-Fui para um outro planeta;
            4°-Estava num processo de transformação (vampiro, fênix, pensei até em unicórnio...);
            5°-Viajei no Tempo;
            Resolvi ficar só com as mais prováveis:1°- porque os ETs teriam um vilarejo que pareceu bem humano, bem eles poderiam ter raptados vários humanos e eles terem feito o vilarejo, é me pareceu provável, então era umas das escolhidas.2°-É a que eu mais gosto então, logo já era umas das escolhidas.3°-Não mesmo, nem sei porque pensei nisso.4°-Acho que eu teria percebido se fosse mordida ou algo assim.5°-Talvez, bem talvez mesmo seja isso o que aconteceu.Me restaram 3 possibilidades, mas ainda não sabia se era umas das 3.
            E tudo ia ficando mais escuro e calmo...até que senti algo me balançando...
            -Estranho acorda, acorda...
            Então abri os olhos e vi uma moça me chamando, sentei e falei:
            -Em que posso ajuda - lá?
            -Moço, o que o senhor está fazendo aqui?Ficou sabendo do meu irmão e veio pega-lo não foi, para lutar nessa guerra maldita.- ela disse com lágrimas nos olhos.
            Pensei no que ela disse 1° ela achou que eu era um homem, percebi que estava com minha calça jeans e minha blusa de moletom de capus, e pelas vestes que ela estava que eu posso descrever como longas e de um tecido que não se via a muito tempo, um vestido até bonito, mas que eu provavelmente não usaria, e que provavelmente as mulheres ali não se vestiam assim e a 2° estava tendo uma guerra, em algum lugar por perto.
            -Não vim pegar o seu irmão para essa tal guerra e eu não sou um homem- eu disse tirando o capus e revelando meus longos cabelos loiros, pude ver pelo espanto de seus olhos que eu estava certa essa mulher nunca imaginou uma mulher vestida de calça e me perguntei em que mundo essas pessoas estavam.- Posso lhe fazer uma pergunta?
            -Claro, e me desculpe por pensar que você era um homem.
            -Sem problemas, você foi raptada por ETs?e eles são verdes?
            -ETs?!O que são ETs?
            Ela não sabe o que é um ET?primeira possibilidade indo embora...
            -Em que mundo estamos?
            -Em que mundo estamos?o único que existe, ora!
            2° possibilidade indo embora...
            -Em que ano estamos?
            -No ano 238, mas que perguntas estranhas, você bebeu alguma...
            A 3° e menos provável é a verdadeira, ela disse mas alguma coisa mas eu nem ouvi, porque eu viajei no tempo, eu viajei eu viajei no tempo...
            -Uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuoooo YEEEEESSSSSS-eu grito
            A moça acabou se assustando com meu grito e eu disse envergonhada:
            -238 antes ou depois de cristo?
            -Quem é cristo?
            UAU, estou em 238 antes de cristo, viajei mas de 2.000 anos.Calma, não surta, se você gritar de novo essa moça vai enlouquecer.
            -Desculpe, é que eu fiz uma viajei muito longa e ainda não coloquei meus pensamentos em ordem!
            -Tudo bem, mas você veio de onde?
            -De um lugar muito longe, muito longe mesmo!Pode me falar um pouco da guerra?
            -Claro, me acompanhe até minha casa e eu te conto.
            -Não me disse seu nome?
            -Elisabeth.
            -Me chamo Cristine, Elisabeth.
            Fomos caminhando e enquanto caminhava reparei que a guerra mexeu muito com esse povo pois eu podia ver tristeza, muita tristeza mesmo nos olhos desse povo e essa guerra levou homens do reino todo, pois eu só via alguns meninos e alguns idosos, eles recrutaram todos os homens capacitados a luta, mas os olhos que julgavam a capacitação não eram os do povo mas de comandantes frios e cruéis...
            Além disso reparei nas casas, eram todas antigas(antigas pra mim é claro), lindas eu diria, ricas em detalhes apesar de simples, tinha um ar de aconchego, união, sei lá, enquanto andava as pessoas mesmo tristes e confusas pelas minha roupas, tentavam sorrir pra mim como se me dissessem que tudo iria acabar bem, mesmo que não tivessem certeza, havia chegado não havia nem um dia e eu já me apeguei a esse povo, e entraria em qualquer guerra se fosse para protegê-los...e ir pra guerra até que seria divertido.
            Elisabeth parou em frente uma pequena casa e me chamou para entrar, entrei e vi uma menina que parecia ter uns 6 anos sentada no chão e um menino que me pareceu ter uns 14 ao lado dela.
            -Esses são meus irmãos, Susie e Alexandre.
            -Oi- eu disse.
            -Beth ela vai nos fazer mal?-perguntou Susie a menina mais nova.
            -Não Su, ela só veio conversar um pouco.
            -Então, conte-me da guerra.
            -Nosso Rei Gustavo V se casou com a irmã do Rei da Yugos o Demitry I, e por cinco anos eles foram felizes, pelo era o que se dizia só que a rainha pegou nosso rei com outra mulher e voltou às pressas para seu país e contou a seu irmão que ficou furioso e declarou guerra a Girady imediatamente, desde então o rei vem pegando todos os homens de 13 a 60 anos para lutar na guerra e levando para um de seus acampamentos de guerra para serem treinados, todos acham loucura mas ninguém o diz ao rei.
            Tudo o que ela disse me deu arrepios, nossa que rei maluco, se eu o visse provavelmente diria tudo o que penso para ele...
            -Você pensou que eu fosse um oficial que veio atrás do seu irmão, qual o motivo disso?-perguntei a ela.
            -É que meu irmão também foi chamado, mas eu não queria que ele fosse, ele é só uma criança e eu não suportaria perder mais ninguém, já perdi meus pais para guerra, perder meu irmão seria demais, então o escondi aqui e casa, mas tenho medo que descubram.-ela disse começando a chorar.
            Eu não sabia o que fazer, mas de uma coisa eu tinha certeza tinha que ajudar essa família.
            Foi ai que tive uma idéia, só não sei se ela concordaria, de qualquer forma eu era a sua única chance, então não creio que ela recusaria.
            -E se eu me disfarçasse de homem e me passasse por seu irmão?
            -A guerra é muito perigosa, eu não posso permitir.
            -Não se preocupe comigo, eu sei me virar, além do mais eu sempre quis ir para guerra, você ficaria feliz por seu irmão estar a salvo e eu por ter ido pra guerra e por ter ajudo vocês!
            -Você tem certeza?
            -Absoluta. Eu só vou precisar de algumas peças de roupa porque eu não tenho nenhuma aqui e se você poder me emprestar algumas, eu agradeceria.
            -Claro, eu já vou pegar.
            -E se puder trazer umas blusas um pouco mais largas.
            Enquanto ela ia pegar as roupas, Alexandre o irmão dela se aproxima de mim e fala:
            -Você não precisa ir, eu vou.Elisabeth que fica com essas bobagens de que eu não posso ir pois ainda sou uma criança, entretanto eu já sou um homem, ela que não vê isso e me prende dentro de casa.
            -Alexandre, sério você é muito novo para a guerra, o rei de vocês que é um babaca, e fica mandando crianças, quanto a sua irmã ela só está preocupada com você!
            -Você fala de idade, mas você deve ter uns 17 e eu tenho 15, 2 anos de diferença grande coisa, além do mais você é uma mulher eu não posso permitir que você vá lutar no meu lugar!
            -Você não entende né, realmente não é só por você, é por mim eu quero ir para guerra, e enquanto meu pai estava vivo, ele me ensinou artes marciais, luta de 2 espadas, arco e flecha. Confie em mim eu sei o que estou fazendo.
            -Tudo bem, mas eu também quero ir, meu pai não me criou para ser um covarde, que foge das coisas!Por favor, fale com minha irmã para ela permitir que eu vá!
            Quando reparei Elisabeth estava parada na porta e provavelmente ouviu uma boa parte de nossa conversa.
            -Alexandre, já tivemos essa conversa e eu não quero que você vá, pare já com isso!-gritou ela.
            Pensando bem o garoto tinha razão no lugar dele eu também iria querer ir. Além do mais sinto como se o conhecesse muito bem. Então tive que falar em prol dele:
            -Elisabeth, por mais que eu ache que ele é muito novo, se ele quer ir, você não pode negar isso a ele, está no sangue dele ser assim, na essência, você deveria permitir.
            -Mas eu não suportaria perde-lo também.
            -Eu sei o quanto isso é difícil, mas eu vou também e prometo que eu vou protegê-lo em tudo que tiver no meu alcance, o garoto vai ficar bem.
            -Promete que vai se cuidar Alexandre?
            -Prometo.
            -Mas saiba que você vai porque eu sinto que posso confiar até minha vida, a Cristine.E eu nem sei porque.
            Mas eu sei porque, porque eu sou demais!!!Resolvi não falar nada sobre o fato, mas estranhamente eu também confia neles.Nesse momento pude ver a alegria em seus olhos, e me senti bem por isso, mas algo me diz que isso vai me dar muita, mas muita dor de cabeça, como um irmão mais novo...Beeem chato, tomara que eu esteja errada.
            Peguei as peças de roupas que Elisabeth tinha pegado para mim, era estranho não vestir as minhas roupas, mas tinha que ser assim.
            Vesti uma blusa branca e uma calça azul, a calça serviu perfeitamente, e a blusa assim como pedi ficou um pouco larga, e eu com alguns pano fui tentando disfarçar o busto. Foi um pouco difícil, mas com um pouco de sorte eu diria, consegui disfarçar um pouco, o que ficou bem melhor com um casaco por cima.
            Agora o maior problema, o cabelo, eu não sabia o que fazer...
            -Acho que você deveria cortar!-sugeriu Alexandre
            -Naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaão!Meu lindo cabelinho não!-eu disse, quase um grito eu diria.
            -Quero ver o que você vai fazer então. -disse Alexandre rindo.
            Com muita relutância deixei Elisabeth cortar meu cabelo um pouco abaixo do ombro, pois assim seria mais fácil disfarçar meu cabelo, coloquei um pano fino em volta do cabelo deixei uma parte da franja à mostra e coloquei um chapéu.
            Alexandre já estava arrumado e ansioso, então nos despedimos rápido o estranho que foi como deixar minha casa, na verdade mas difícil, quer saber deixa pra lá, eu só quero viver um pouco isso e fomos em busca da aventura ou da guerra, eu ainda não sabia o eu iria viver, o que eu deveria esperar, quantas pessoas vão morrer, quantas pessoas eu vou matar...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Capítulo 2 - Joey, o forte


            Acabei de chegar do quartel, e enquanto estou indo para as aulas de artes marciais vou caminhando e pensando que tenho "ótimas noticias" eles me querem como general em um de seus esquadrões, e por mais que esteja receoso por causa dos judeus que com certeza vão sair prejudicados nisso, acho que vou ter que aceitar afinal é o que todos dizem que pais iriam querer se eles não tivessem morrido em um incêndio.
            Sinceramente não sei se era isso o que eles iriam querer que eu fizesse mas não tem como eu fugir afinal estou sozinho no mundo já que todos os meus irmãos morreram nesse incêndio e o único motivo de ter sobrevivido é o fato de eu ter indo treinar minha mira com armas de fogo com meu avô e quando cheguei tudo estava acabando, o fogo já tinha se alastrado e minha família estava toda morta com exceção do avô que veio a falecer ano passado e desde então tenho me dedicado 100% aos treinos e me tornei muito forte e não há ninguém que possa me vencer nessa cidade e em todas as cidades vizinhas e graças a isto a minha fama vem crescendo e agora sou conhecido como Joey o forte.
            Me sinto sozinho mas não falo disso com ninguém e não dizer nada é como dizer: Podem destruir meu coração se for de seu interesse, podem dilacerar meus músculos e vender, podem me cortar em pedacinhos e distribuir em praça pública.Mas ninguém vê isso porque apesar de tudo não choro nem reclamo, pelo contrário sorrio pra todos, até saio com todas as garotas que mostram algum interesse por mim, para que de alguma forma elas se sintam felizes.
            Acabei de chegar, tudo parece normal, tirando o fato de ter uma garota aqui, não sei por que as garotas insistem em achar que podem ir em qualquer lugar, mesmo estando  claro que tem lugares que só homens podem frequentar.Mas vejo que ela está conversando com o exibido mais meu amigo Toni.
            Caminho até eles e digo:
            -Boa tarde Toni, quem é ela?sua irmã?- digo isso rindo da forma que soou.
            -Boa tarde Joey o forte- diz ele com um tom de gozação- para sua informação essa é minha noiva a futura sra. Frezer!
            -Boa tarde - digo a ela e virando para ele agora digo- até que enfim você conseguiu alguma noiva bonita porque as outras sinceramente eram bem...a deixa pra lá.
            Faço um careta e me retiro e começo a treinar, acertos todos aos alvos, faço 250 flexões com cada braço e vou embora.Quando estava indo ouço uma voz me gritando:
            -Joey,Joey...
            Me viro e vejo que é a noiva de Toni.Então digo:
            -Oi, o que deseja?
            -Você.-disse ela
            -Como?!Espera ai o que você está pensando...
            -A verdade é que me aproximei de Toni por sua causa...e pra que perder tempo falando disso vamos logo a diversão- ela diz e começa a se insinuar para mim.
            Eu a pego pelo braço e digo:
            -Quem você pensa que é, você deveria se dar ao respeito e não se insinuar para os amigos seu noivo, quem vai ser depois Issac, Cristhoper, Edward, não sei quem é você mais isso acaba aqui eu não quero saber de você fazer isso com o toni ele é um ótimo cara e não merece uma...mulher como você- eu a solto e vou embora."isso não fica assim" eu ouço ela disser.
            Chego em casa,tomo um banho e como alguma coisa e vou deitar...mas mais uma vez eu não consigo dormir, desde aquele incêndio eu não consigo dormir direito e fico na cama só esperando o dia amanhecer...
            São cinco da manhã e eu saio pra correr e vejo uma cena estranha um velhinho correndo atrás de uma folha dobrada, vejo o desespero dele pra pegar a folha então eu estendo a mão e folha como se fosse mágica para na minha mão, confesso que demorei a entregar a folha ao velho e já estava indo embora quando ele grita:
            -Ei filho, não quer ver o que está escrito nessa folha?
            -Sim, mas a folha é sua não acho certo eu ler o que está escrito nela.
            -Mas essa folha não é minha eu só pude ver agora que ela está em minhas mãos, fique com ela leia o que está escrito, eu sinto que ela pode lhe dar o que você tanto quer.Você é muito determinado meu filho e isso diz muita coisa sobre você.Não mostre esta folha pra ninguém assim será melhor para todos
            -Tem certeza?- pergunto mas quando vejo ele já tinha ido embora.
            Eu ia abrir a carta ali mesmo mas resolvi esperar um pouco até colocar meus pensamentos em ordem, o que o velho disse me assustou um pouco mais não deve ser nada demais.Eu acho.Tentei continuar a correr como se não tivesse visto a carta, mas quer saber não funcionou nem um pouco.
            Agora são 6 horas e a mãe de Toni a sra.Frezer, que tem sido como uma mãe pra mim, me para e pergunta:
            -Joey querido aconteceu alguma coisa, você está com uma cara estranha?
            -Nada demais...-eu nem tinha reparado mais minha cara devia estar estranha mesmo, o que o velho disse será que aplicava a ela também, pensei e resolvi contar - É só que achei essa folha aqui-e mostrei para ela.
            -E o que ela diz?
            -Não sei ainda não abri.
            -Então abra.
            Então resolvi abrir e dentro estava escrito:
       Quando eu corro
        tentando fugir de todos
        inclusive de mim
        Eu penso que talvez
         se eu corresse até o fim
        eu acharia o que procuro
        mas e se lá você não me quiser
        eu vou ter que correr de volta
        e voltar a treinar, sozinho
        no escuro sóbrio dos meus pensamentos
        Ver você a cantar músicas
        que nem existem pra mim
        só pra você,
        mas e se...
        mas e se não existe
        então eu volto a correr
        o mesmo caminho errado
        que ao mesmo tempo
        me afasta e me aproxima  de ti
        me diga o que fazer agora
        que você foi embora
        e me deixou sozinho no frio
        do meu coração....
     
            Aquela música me fascinou e era como se eu soubesse que esse era o meu destino meu único e melhor destino, e se eu não odiasse chorar provavelmente eu choraria.Estava perdido em pensamentos até que fui interrompido...
            -O que você achou Joey?
            -A mais bela canção que já ouvi, e é como se ela me indicasse o caminho!
            -Canção que Canção, eu só vejo um monte de  frases que não faz o menor sentido.
            -Então você não ouviu?
            -Ouvi o que? Mas de qualquer forma você deve devolver ao dono joey.
            O que então ela não ouviu, então o velho tinha razão eu não devia ter mostrado a ninguém, eu quero ver como isso vai ficar, como eu saio dessa.Eu respondi espontaneamente.
            -Claro, vou devolvê-la.
            Eu não sabia o que fazer, mas aquela música eu não ia devolvê-la a ninguém, até entender o verdadeiro sentido disso tudo.
            -Entre Joey, você ainda está pálido, vou lhe servir um chá!
            Entrei e tomei um chá com biscoitos, o que teria me deixado muito feliz, se eu não tivesse como aquela música na cabeça.Agradeci a sra.frezer e fui embora.
            Tive um dia normal como outro qualquer como treino e trabalho...voltei pra casa destruído de cansaço já que não dormi nada essa noite, nas outras pelo menos eu consigo dormir uma hora ou duas, nessa nada.
            Não consigo tirar a música da cabeça e pensei que talvez fosse o fato de eu  não ter corrido mais, resolvi ler pois ler sempre me acalma...Li uma página, li duas, li três e nada nem ler resolve mais, resolvi correr mais estava chovendo então resolvi esperar um pouco.
            O tempo passava tão lentamente que eu diria que podia contar as gotas de chuva, mesmo que eu e o restante das pessoas achassem impossível.
            A chuva não passava então decidi meia-noite, essa seria a hora que eu devia correr.
            Deitado no meu quarto fiquei entediado o tempo todo até que Tum - tum - tum - tum - tum - tum - tum -tum - tum - tum - tum - tum, as doze badalas nunca me deixaram tão feliz, o doce som da vitória, sai de casa correndo e sem pensar comecei a cantar:
            Quando eu corro
        tentando fugir de todos
        inclusive de mim
        Eu penso que talvez
         se eu corresse até o fim
        eu acharia o que procuro
        mas e se você não me quiser
        eu vou ter que correr de volta
        e voltar a treinar, sozinho
        no escuro sóbrio dos meus pensamentos
        Ver você a cantar músicas
        que nem existem pra mim
        só pra você,
        mas e se...
        mas e se não existe
        então eu volto a correr
        o mesmo caminho errado
        que ao mesmo tempo
        me afasta , me aproxima  de ti
        me diga então o que fazer agora
        que você foi embora
        e me deixou sozinho no frio
        do meu coração...
      E eu corri tão rápido que cai mas quando vi, não estava no meu pequeno vilarejo na Alemanha nem em nenhum que eu conhecesse, estimasse, ou pensasse....