quinta-feira, 5 de abril de 2012

Capítulo 5 - A viajem


            Estamos indo para o acampamento de guerra, e estou muito nervosa...e cansada a gente já andou muito.
            -O que você tem Cristine?
            -Nada, porque a pergunta?
            -Você está pálida e parece estar nervosa, você está com medo?
            -Claaaaaaaaaaro que não. Quem você acha que eu sou sou?Eu só estou pensando se eles vão me descobrir.
            -Tem certeza que é só isso.-disse ele rindo.
            Quem esse moleque pensa que é, fica me desafiando, há mais ele vai ver só, eu ainda vou dar um jeitinho que dele se ver comigo.
            -Tenho sim, e se você começar a me irritar eu te levo de volta para a sua irmã.
            Ele ficou sério e eu comecei a rir, afinal eu tenho que mostrá-lo quem manda e sou eu.Não porque ele me é tão familiar...
            Depois te andarmos muito, muito mesmo...chegamos a uma cidade vizinha.
            -Garoto você parece cansado vamos parar para descansar um pouco.
            -Não se preocupe comigo, aguento andar mais.
            -Garoto, por favor, pode me dizer a verdade, eu usei minha vida inteira os truques de se fazer de durona, então eu sempre reconheço quando alguém usa, está bom quase sempre, vamos combinar assim eu não finjo com você e você não finge comigo, feito?- eu disse levantando lhe o dedinho.
            -Mas, eu realmente não estou cansado.
            Não sei por que eu gosto do moleque, ele é dos meus.
            -Ótimo, mas eu que estou no comando e agora vamos descansar e amanhã continuamos a viagem. E já estamos em outro vilarejo, você sabe o nome?
            -Se eu não me engano aqui é Heyguy, se você insiste vamos descansar um pouco então.
            Eu vi sua cara de alívio e não pude deixar de rir.
            Ficamos num quarto de tipo uma pousada, sei lá, e eu me senti bem, como não me sentia a muito tempo, mas ainda não consegui dormir direito.
            Depois de um tempo consegui dormir algumas horas, um mais do que o normal, mas ainda sento que algo me falta, só que eu estou perto de encontrar, muito perto, eu acho.
            Acordamos cedo e fomos comer alguma coisa.
            -Alexandre, desculpe perguntar, mas o que aconteceu com seus pais?
            -Meu pai era marceneiro e construía canoas, para os pescadores da região, ele fazia outras coisas também, só que veio uma seca e os rios e mares da região secaram e os pescadores não queriam mais canoas, as pessoas não tinham dinheiro para comprar móveis e meu pai ficou sem trabalho, minha mãe teve que ajudá-lo com as coisas da casa, mas também não achou nada que pudesse fazer para ajudar. E um dia meu pai saiu para caçar só que não voltou, ele tinha sido morto por algum animal. Minha mãe não deu conta de suportar a dívidas sozinhas, e Elisabeth não podia ajudar porque tinha que cuidar de mim e da Susie, e minha mãe se vendeu como escrava para o rei para que pudesse nos dar algum dinheiro, desde então não há vemos.
            Agora eu entendo perfeitamente a Elisabeth não querer que o Alexandre venha para guerra, ele e a Susie são a família dela, tudo que sobrou da vida dela, talvez tenha sido uma má ideia trazê-lo.
            -Alexandre, ainda dá tempo de voltar, você tem cer...
            -Por favor, nem termine esta frase, eu sei o que eu faço, eu já sou um homem.
            Eu podia dizer que ele era apenas um garoto, mas percebi que apesar de novo ele realmente já era um homem, mas também não vou dizer isto a ele.
            -E o que aconteceu com seu pai?
            -Ele era do exército e eu só o via no natal e no ano novo, mas ele era tão presente pra mim, me ensinou quase tudo que eu sei, me ensinou a ajudar as pessoas e quando eu lhe perguntava por que ele ia para guerra, já que era algo ruim para o mundo, ele me disse que ia para guerra não para matar, mas para salvar as pessoas, para dar sua vida por alguém, e que esse devia ser o principal objetivo do ser humano, mas ele acabou morrendo em umas dessas guerras, e eu deveria odiar as guerras, mas eu percebi que meu pai estava certo e eu deveria tentar evitar que elas acontecessem, mas se acontecesse eu deveria estar pronta para a luta, e eu estou, eu penso que estou...Mas vamos falar de algo mais divertido Ale.
            Meu pai como senti a falta dele...Eu não vou chorar, não vou chorar, não vou...
-Não me chame de Ale.
            -Porque Ale, seu chato. –mostrei língua para ele e ele riu.
            Acabamos de comer. E a moça que cuidava do lugar disse:
            -A refeição e o quarto são 23 kins.
            -Ale o que são kins?-perguntei baixo para Alexandre
            -É a moeda daqui, e não me chame de Ale.
            Eu estava tão entretida que me esqueci que não dinheiro aqui.
            -Ale, você tem 23 kins?
            -Não, e mais uma vez não me chame de Ale.
            O que eu vou fazer, eu não tenho dinheiro nem o Alexandre. Já sei o que vamos fazer, já que estamos com nossas coisas que não eram muitas não teria problema.
            -Ale, quando eu falar você corre.
            Ele balançou a cabeça esperei alguns segundos, peguei nossas coisas e disse:
            -Corre.
            Começamos a correr e quer saber corremos muito, muito rápido mesmo, e ninguém pode nos alcançar.
            Continuando correndo por um tempo e pppppaaaaaaaaf... Eu bati em alguém, quando fui ver era um cara, ele é loiro, forte, bem bonito para falar a verdade, ele estava com um senhor do lado.Então eu disse engrossando a voz:
            -Desculpa.
            -Você deveria olhar, por onde anda.
            -E você ser mais bem humorado.
            -Joey, foi só um esbarrão, não é para tanto. -Disse o senhor que estava do lado do tal Joey.
            -Ale, vamos embora, ainda temos que ir para o acampamento.
            -Vocês também, estão indo para o acampamento?
            -Sim.
            -Nós também vamos, ou melhor, ele vai, eu só estou acompanhando. Vocês parecem perdidos, já que estavam vindo para cá e o acampamento é pra lá.Se quiserem nós acompanhar, mas temos que ser rápido o navio parte em breve.
            Acenei a cabeça concordando.
Navio! Vou viajar num navio de guerra, eu sempre sonhei em viajar num navio de guerra, se não fosse esse tal de Joey que me irritou profundamente eu estaria em chamas agora, ah e eu retiro o que disse sobre ele antes, ele é muito feio e idiota, não gosto dele.
            -E como vocês chamam?
            -Meu nome é Crist... - Droga não consigo pensar em nada.
            -Cristian é o nome dele, e o meu é Alexandre. E vocês?
Valeu garoto você me salvou dessa vez.
-Meu nome é Arthur, e esse é o Joey.
            Depois das apresentações andamos em silêncio até onde os navios estavam ancorados.
            Chegamos e eu vi crianças adultos e idosos despedindo de suas famílias, e lembrei da minha.
O general reuniu todos os homens que iriam para guerra e disse:
-Há apenas um acampamento de guerra já que o rei resolveu dividir as forças em três grandes exércitos, um fica com ele, outro defende o reino e o outro ficava responsável por ataques surpresa. Eu sou responsável pelo último portanto se você tem de 15 a 30 anos você fará parte do exército que estará sob meus comandos portanto se apresente a mim, os demais devem deveram ficar aqui e proteger nosso reino e estarão sob o comando de sua majestade o rei Gustavo V ou de seu sobrinho Henry II.
Eu e Alexandre fomos nos apresentar ao general, demorou um pouco, mas enfim conseguimos embarcar.
O navio era grande e muito bonito tinha caravelas e era tudo muito primitivo, muito antigo, assim como eu me sentia.
-E então Ale o que você está achando?
            -É como meu pai me dizia que era.
            -Seu pai já foi para a guerra?
            -Não, mas eu não te disse que ele construiu muitos navios, navios como estes.
            -Nossa, que legal.Você me disse que ele fazia canoa, não navios.E você aprendeu com seu pai a construir navios também?
            -Não, ele ter morreu antes de me ensinar a construir.
            -Eu sinto muito, Ale.
            -Tudo bem, eu já superei. – ele disse calmamente, mas depois de alguns segundos ele gritou- Quantas vezes vou ter que te dizer para não me chamar de Ale?
Todos estavam olhando para a gente.
            -Fala baixo todos estão olhando para gente agora.
            -Tudo bem Cristine.
            -Não me chame de Cristine, Cristine é nome de mulher, você disse para aquele senhor que meu nome era Cristian, ficou parecido com meu nome de verdade, e me chame de Cris, Cris de Cristine e de Cristian.
            -É melhor assim, pois eu não quero que você estrague tudo só por ser mulher.
            -Mas é claro que eu não vou estragar...
            Garoto idiota, fica me zuando né, você vai ver muita coisa ainda vai acontecer.
            Estava tão distraída que não vi que o tal Joey estava no mesmo navio que a gente, aquele idiota.
O estranho era que pela primeira vez eu não sabia o que pensar é como se meu futuro e meu passado estivessem ligados a ele, e tinha que ser justo a ele um cara que eu diria que tem tudo para ser meu grande adversário.

Um comentário:

  1. O 5 capítulo está muito bom, pois dá sequência à história de forma suave sem que o leitor perca a atenção ao foco do romance. Espero ter a oportunidade de ler o livro inteiro... Não desista de escrevê-lo!

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