sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Capítulo 8 – O Último Duelo


            Mal posso esperar para que amanhã chegue para que eu possa lutar com aquele idiota do Cristian, tenho que admitir que ele é bom, possui movimentos rápidos e não será tão fácil assim vencê-lo, e estou começando a achar que essa será a luta da minha vida!
            Agora eu divido meus pensamentos entre está luta e a garota do rio, no começo eu pensei que fosse apenas a minha imaginação mas depois que eu a vi de mais perto, posso afirmar que ela era real, e muito bonita, seus cabelos eram grandes que levemente deciam sobre seus ombros além dos seus olhos que eu não consegui ver a cor mas tinham uma força e surpresa ao mesmo tempo, com expressão marcante, e era como se a água fizesse parte do seu corpo que eu não pude ver pois esse estava protegido pela imensidão da água, o pior é que ela não me é estranha, e se não fosse aquele garoto, como é mesmo o nome dele... Ale... Ale... Ale... Alexandre, se não fosse o Ale me distrair eu provavelmente a teria alcançado...será que ele sabe de alguma coisa?Não custa tentar vou falar com ele.
Só que antes tenho que parar com essa mania de chamá-lo de Ale.
Agora nem adianta pensar muito nessas coisas, já está escuro e tudo que me resta é ir dormir e esperar os primeiros lampejos de luz para que eu possa falar com o Ale e lutar com o Cristian, só espero que o Ale saiba alguma coisa sobre a garota do lago...
Durante o dia sinto que algo ainda me falta, mas esse sentimento durante o dia é como a chama de uma vela que qualquer brisa pode apagar, então qualquer distração me alimenta, mas com o adormecer do sol e o aparecer das estrelas o sentimento fica forte como fogo no incêndio aumentando a cada vento e brisa que passa e com isso meu coração é dilacerado durante a noite e não é como se eu não gostasse da escuridão pelo contrário o fato de algo me faltar é a razão de eu estar vivo, pois enquanto esse coração no meu peito bater tenho esperanças de encontrar o que me falta.
Tento não pensar muito no passado pois esse é imutável, mas é impossível não lembrar de chegar em casa e ver uma casa toda devastada e consumida pelo fogo com toda a minha família dentro, não consigo parar de pensar que se eu estivesse lá talvez eu conseguisse salvar alguém da minha família, suas vozes ainda continuam na minha mente, seus pedidos de socorro que nunca foram ouvidos, seus batimentos parando lentamente, seus últimos segundos de vida... o fogo levou o que eu tinha de mais importante...
Queria correr um pouco agora a noite mas vou tentar descansar para a luta amanhã, quero acabar com esse cara logo.
Vejo as horas passarem como dias alguns lentos outros rápidos, mas depois de muito tempo eu consigo dormir algumas horas, mas antes que o sol nascesse eu levantei e fui correr um pouco...
Correndo apreciando essa vida de acampamento que finalmente eu pude viver, com tudo nos meus ombros nunca pude respirar direito, sentir a liberdade pulsando em minhas veias era algo díficil para mim até eu chegar aqui, corro até o ponto mais alto do acampamento onde se pudia ver de um lado o acampamento todo de cima e do outro a imensidão do mar...
Chegando lá encontro meu adversário sentado na berrada do precipicio, melhor eu voltar, antes que ele me veja e a gente discuta de novo, eu não teria problemas em discutir com ele mas a luta está tão próxima que não quero atrapalhar a concentração dele...
Quer saber eu vou ver o que ele está fazendo quem sabe ele tem alguma informação sobre a garota do rio, então eu sento do lado dele no precipicio...
-Com medo de me enfrentar? – pergunto.
-Claro que não, eu só não consegui dormir...
Claro ele deve estar morrendo de medo de me enfrentar.
-Hoje decidiremos quem é o melhor desse acampamento então não se atrase e não use o fato de não ter conseguido dormir quando perder para mim, ok?
-E você realmente acha que vai me vencer?
-Claro, você não é tão ruim mas é bem pior que eu.
-Veremos.
Até que o idiota tem coragem para me desafiar assim, ele não é tão idiota assim com eu pensei mas é claro que eu não vou dizer para ele.Acho melhor não perguntar sobre a garota do rio para ele do jeito que ele é competitivo ele provavelmente vai querer disputa-lá comigo também, não que eu esteja com medo de perder...
-Você sabe onde está o Ale?
-Claro, ele está lá na barraca que ele dorme, mas já deve ter acordado.
-Obrigado. Se prepare pois a luta vai começar daqui a pouco.
-Eu já estou preparada.
Preparada????Eu até falaria alguma coisa mas ele deve ser tão burro que nem percebeu que falou errado, então saio e o deixo sozinho.
Vou caminhando até a barraca do Ale, e graças a Deus ele estava acordado porque eu realmente queria pegunta-lhe sobre a garota do rio antes da luta começar.
-Ale, a gente pode conversar?
-Ateé você Joey que eu pensava ser o mais sensato desse acampamento está me chamando de Ale?
-Desculpa não sabia que isso o incomodava, afinal todo mundo de chama assim.
-É eu sei, tudo culpa do Cris aquele idiota.
-Nisso eu tenho que concordar com você ele é um idiota, mas não é sobre isso que eu vim falar com você é sobre outra coisa.
-O que?
-A garota do rio, você a conhece?
-Que garota?Aqui no acampamento eu não vi nenhuma.- Ale disse tentando dispitar mas quem o visse naquele momento saberia que ele está mentindo.
-Vamos garoto, pode falar, está escrito na sua cara que você está mentindo, eu sei que você a viu.
-Joey, eu não sei do que você está falando.
-Ontem quando eu estava tomando banho no rio, tinha uma garota que estava no rio também e quando eu iria alcança-lá você me chamou e ela fugiu, e quando eu te perguntei o que você queria e você disse que tinha me confudido com alguém, porque você fez isso?Você sabe quem ela é, você tem que me dizer...
-É complicado.
Vejo nos olhos dele que finalmente eu tinha conseguido convencê-lo a me contar...
-Então discomplique.
-Eu não posso.
-Por que não? Eu não vou contar pra ninguém.
-Ela é...
-...Ale você está aqui, estava te procurando, vamos nos temos que ir a luta já vai começar...-Diz Cris interrompendo.
-Estamos no meio de uma conversa importante agora, daqui a pouco nós vamos lá nos encontrar para o ínicio da nossa luta.
-Acontece que o Ale está sobre a minha responsabilidade e eu tenho que ficar perto dele.
-Eu já sou bem grandinho para isso.-Resmungou Ale.
Estava prestes a começar a luta bem ali mesmo, só que o general me interrompeu:
-Acalmem os animos, pois o duelo vai começar daqui a pouco.E eu não quero briga aqui no meu acampamento, estamos em guerra com outras pessoas não uns com os outros.
Eu esperei alguns dias pra lutar com esse idiota mas foi como se eu tivesse esperado a vida toda.
Na hora que o Ale ia me contar... mas eu acabo com esse cara em dois tempos.
O general reuniu todos os homens para que a luta pudesse começar...
-E esse é o duelo final entre os dois melhores guerreiros do acampamento Joey e Cristian, que vocês duelem com o melhor de vocês lembrando que sem golpes fatais.
Encarei meu adversário e tentei analisa-lo antes de começarmos, já o vi lutar antes e ele tem bons olhos, então não vou poder repetir meus golpes nums mesma sequência pois ele pode intercipitá-los e me vencer com um golpe certeiro, ele tem habilidade com ambas as mãos utilizando a direita como espada de ataque pricipal na maioria das vezes, rápido mas com pouco força física ele é mais habilidade do que força no entanto eu não sei quanto a sua resistência mas vai ser fácil ganhar eu nem vou precisar usar toda minha força...
Espero com cautela, e aguardo ele me atacar primeiro para que eu possa lançar um contra ataque certeiro em seu braço esquerdo fazendo com que ele utilize apenas uma espada, que me dá maior tempo para pensar numa forma de dar o golpe final, sem gastar tanta energia e tempo.
Ele vem me atacando, com sua espada direita intercalando com a esquerda para aumentar a força dos golpes que não estão em linha reta, e eu desvio abaixando, ele lança uma sequência de golpes tentando achar uma fenda entre as defesas que eu faço para fazer com que eu baixe a guarda, o que ele não contava era que ele não é o único que tem rápidos olhos e eu consigo perceber que ele mantém uma sequência de 7 segundos de um golpe para o outro e eu o ataco num golpe reflexo entre a sua espada direita que me deu tempo de atacá-lo, não funcionou ele defendeu e rapidamente me atacou no espaço que eu tinha dado, jogando minha espada no chão, era como se ele soubesse perfeitamente o que eu iria fazer.
-Você acha mesmo que eu cometeria o mesmo erro que fez com que eu ganhasse do Percy?.- Ele diz rindo.
Eu realmente subestimei esse cara ele é bom, se eu soubesse que ele era tão bom eu teria dado o melhor de mim...
Ele se abaixa pega a minha espada.
-Agora que você sabe do que eu sou capaz você vai lutar a sério?-Ele pergunta me entregando a espada.
-Sim, tenho que admitir que te subestimei, você é bom, mas se você for esperto você acaba com a luta agora, porque eu realmente sou bom e se eu der o meu melhor eu provavelmente vou ganhar.
-Eu realmente quero ganhar mas quero que você lute com o seu melhor para que eu possa ter prazer na vitória, eu odeiaria ter que dizer que sou a melhor se ganhei porque você não lutou a sério.Além do mais eu sei que possa te vencer de qualquer jeito.
Até que ele não é um completo idiota as vezes...
Ele disse “a melhor” ou é impressão minha, estranho primeiro “preparada” agora “a melhor”, tem alguma coisa de errado mas deixa para lá.
Agora eu vou lutar com o meu melhor...
-Preparado? - Ele pergunta.
-Sempre.
Agora eu começo atacando-o rapidamente ele se defende e lança um contra-ataque eu desvio facilmente pulando para trás, e corro num outro ataque pelas laterais, ele ri e se defende com a esquerda, ele é mais forte com a esquerda no entanto é menos habilidoso, então se eu quisesse vencer teria que usar a isso.
            
A luta continua por mais um tempo eu me saindo um pouco melhor já que eu sou mais forte fisicamente no entanto nossas habilidades estão quase no mesmo nível, apesar de que alguns golpes dele me parecem contemporaneos demais para a época estou curioso quanto a jeito com que ele aprendeu a lutar e ele também parece estar curioso pelo meu jeito de lutar, posso sentir que essa luta está tão boa para ele quanto está para mim.
O general parece feliz em ter guerreiros com nós em seu exercito, tão jovens entretanto experientes.
Estou feliz por lutar, quando estou lutando nenhum problema é grande demais, apenas do tamanho da minha espada.
Eu o ataco frontalmente e ele se defende e me prende nesse golpe não movendo sua espada logo em seguida, droga ele quer me atacar usando sua outra espada enquanto a minha espada está me defendendo, eu tenho que pensar em algo muito rápido...
Eu pego uma espécie de escudo que eu acho no chão e me defendo...Tenho que admitir essa foi por pouco.
Vejo em sua cara um sorriso de desapontamento com felicidade surgir...
-Você teve sorte.- ele diz.
-O que você chama de sorte eu chamo de destino e justiça, você usa duas espadas porque eu não posso usar um escudo?
-Eu não disse que você não pode, só disse que você teve sorte de encontrá-lo.
-Tá bom eu admito eu tive sorte, e posso te vencer com apenas a minha espada.
-Você tem razão tem sido injusta essa luta, eu lutar com duas espadas e você com apenas uma.- ele joga sua segunda espada no chão e segura a sua primeira com mais força com um olhar confiante.- eu posso te vencer com apenas uma de minhas espadas.
Agora está na hora de acabar com isso de uma vez por todas, esses são os últimos golpes, os últimos instantes...
O vento agora sopra um pouco mais forte levando meu suor embora deixando só meu amor pela adrenalina de lutar, deixando a mágia da luta tomar conta daquele lugar por alguns instantes, sinto um arrepio ao pensar que finalmente eu tinha encontrado um lugar onde eu me sentisse em casa.
Me preparo e respiro contando até três...1...2...3...
Chegou a hora eu corro para o ataque final e nossas espadas se chocam e nos encaramos e eu realmente tenho que vencer, voltamos e começamos outra vez e em ataques rápidos...
A espada dele cai no chão mas não foi só isso quando sua espada caiu no chão...
Ele tira o elmo e a malha por baixo revelando seus lindos cabelos que emolduravam um rosto marcante e bonito que revelavam sua feminilidade escondida, que faziam dela a garota mais linda que eu já vi, a garota do rio, mas eu não acredito no que os meus olhos estão vendo meu adversário é uma mulher?
Sem nenhuma nuvem no céu, a imensidão do azul do céu só a deixava cada vez mais bonita, o barulho das ondas do mar, a corenteza, tudo em volta o vento a vista tudo, eu não sei o que pensar, muito menos o que sentir, eu não sei se a odeio ou a amo, não sei se admiro ou não...tudo está tão confuso.
-Você é mulher?- Pergunta o general.
-Sim.- ela responde tirando os panos que ela tinha colocado para dispitarseu corpo feminino.
Não consegui ouvir mais nada do que eles falavam eu só queria colocar meus pensamentos em ordem...
Agora tudo faz sentido por isso o Ale me distrai no lago, por isso ela me interrompeu quando ele ia me contar, por isso a voz estranha e o corpo disproporcional e estranho, por isso as palavras no feminino, por isso...
Ela é uma manipuladora mentiu para todo mundo, e mesmo que seja boa lutadora ela deve ir para casa, tem certos lugares que as mulheres não podem freguentar, tem certas coisas que as mulheres não podem fazer, se bem que eu posso entende-lá melhor que ninguém pois eu sei como é ruim não poder fazer o que se quer mas mesmo assim... 
Eu queria poder entender o que se passa na mente dela, eu estou tão confuso, como eu posso entende-lá sem entender, e porque que isso meche tanto comigo?
Por um único momento desejei dormir em paz, como se isso fosse possível para mim, queria fugir e pensar...
O adversário mais forte que eu já enfrentei é uma mulher, mas é claro que eu não vou contar isso para ela nem para ninguém.
E no meio dessa confusão sinto com se tivesse achado a resposta, agora só me resta saber qual é a pergunta...

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