quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Capítulo 1 - A estranha Cristine

           Mas um dia comum em que eu chego em casa cansada desse mundo onde eu simplesmente não me encaixo e tudo parece normal, meu irmão mais velho no computador, meus outros irmãos assistindo TV, minha mãe não tinha chegado do trabalho, então a casa tava toda bagunçada e tinha sobrado pra mim arrumar(é fazer o que né?), então eu arrumei a casa e depois fui ouvir BSB no meu quarto no escuro, mas pouco tempo depois resolvi ir dormir, até que alguém me interrompeu...
             -E você só sabe dormir também né?- Disse meu irmão-Onde está minha roupa de ir trabalhar?
            -Não faço a mínima idéia, você que deveria saber não eu, agora deixa eu dormir!- Eu disse meio sonolenta colocando o travesseiro por cima de meu rosto.
            -Você mexe nas minhas coisas e fala que não sabe aonde está?Ah por favor né?- Ele sai e bate a porta do quarto.
            Era impressionante como mesmo com meus 17 anos e meu quarto separado meu irmão não me deixava em paz, ele fazia isso todos os dias e não se cansava o pior é que agora eu já tinha acordado e algo me disse que essa seria uma longa noite de insônia.
            Como eu tinha previsto não consegui dormir depois disso então peguei minha famosa blusa de moletom e fui pro meu balanço no fundo de casa no pé de ypê amarelo,sabe de algum modo ele me aproximava do que eu era realmente ou do eu queria ser...e fiquei ali por horas...quando dei por mim tinha caído e dormido na terra mesmo.Acordei umas 6 horas com o sol batendo no meu rosto, levantei entrei em casa coloquei o uniforme da escola e pequei uma roupa qualquer pra depois da aula eu ir pra biblioteca, eu quase nunca fico em casa durante o dia normalmente  eu vou pra qualquer lugar que não seja minha casa e a minha melhor opção era a biblioteca, Ted o cara que trabalha lá é muito legal, ele reserva os melhores livros pra mim e nunca se importa se eu ultrapassar o dia de entrega, minha melhor amiga Nicole disse que ele era afim de mim, mas eu sempre dizia que ela que estava vendo coisa onde não tinha, até que ele me chamou pra sair, eu aceitei e saímos alguns vezes mais não deu muito certo, como sempre eu era maluca demais pra ele, mas pelo menos ele nunca me tratou estranho mesmo depois disso como normalmente seria então eu diria que somos grandes amigos agora , mas isso não vem ao caso já que ainda tenho que ir pra escola, não que eu não goste de estudar mas sabe como é né?
            -Bom dia Cristine!Você está como uma cara péssima, o que aconteceu?- Disse Nicole ao me ver.
            -Bom dia!Dormi no balanço de novo, e sabe como é né?- Eu disse.
            -Não, não sei, eu sei é que você deveria parar com isso, isso está acabando com você!-sugeriu ela.
            Nicole não podia me entender, amava esse século como ninguém, era bonita, legal, era líder de torcida, mas não era mitida nem burra, tinha bons pais e bom, uma vida ótima não acham, mas no fundo ela era só uma garotinha que amava ajudar as pessoas e queria mudar o mundo, era uma das minhas únicas amigas e nunca quis que isso fosse diferente mesmo que todos me achassem doida, diferente, estranha, ela sempre disse que eu era uma garota muito legal e inteligente que ainda não tinha achado seu caminho, nisso eu concordava com ela, não com a parte do legal e inteligente mas da parte que ainda não tinha achado meu caminho.Então ri e disse:
            -Vou tentar Nicole, vou tentar, mas não garanto nada!
            Fomos andando e no caminho alguns garotos mexeram com a gente me deu uma vontade de bater neles, mas como sempre Nicole disse para eu ignorar, as vezes a bondade me irritava, mas fazer o que né?Entramos na sala de aula e tudo ia passando normalmente, até que Charlie meu melhor amigo ficou tentando convencer eu e a Nicole de que o mundo iria acabar em 2015...
            -Sério eu que não quero estar na pele de vocês quando esse dia chegar eu já estou me preparando, fiz uma reforma no porão de casa, agora ele está protegido até de bombas nucleares!- disse ele.
            -Isso é impossível, essas teorias de que o mundo vai acabar são ridículas!-Nicole disse.
            Eu fingi não ouvir e eles continuaram a discutir uma monte coisas do tipo e tudo bem contando que eles não me envolvessem... a tá.
            -Cristine diga ao Charlie que você concorda comigo. - disse Nicole.
            -Não Cristine diga a Nicole que você concorda comigo. - disse Charlie.
            O sinal bateu e eu sai correndo para que eles não me forçassem a disser algo porque não importa a minha opinião um dos dois iria ficar chateado e eu não suporto pensar em chatear um dos dois, eu prefiro fazer algo que eu não gosto do que vê-los chateados, porque eles eram meus únicos amigos e eu os amava de verdade, e era como se Deus tivesse me mandado um consolo por nascer nessa época e eu não queria eu não podia perdê-los.
            Fui para biblioteca e confesso que quase dormi se não fosse uma folha dobrada ao meio que começou a voar pela biblioteca, Ted saiu correndo tentando pega-la mas não conseguia de forma alguma, então fui tentar ajudá-lo e como se a folha me obedecesse ela parou na minha mão, achei estranho e perguntei ao Ted:
            -Ted, se importa se eu ler o que está escrito?
            -Claro que não Cristine, eu também confesso que também estou curioso!
            Então abrimos a folha:
         Quando eu balanço
         e  o vento bate no meu rosto
         me lembro de você
         não que você me bata
         mas você me machuca tanto
         que eu não posso esconder
         que eu gosto de você
         e se eu não posso esconder
         o que eu posso fazer
         além de ir pro meu balanço
         no fundo de casa
         no meu pé de ypê amarelo
         mas se eu pudesse mudar o rumo de toda história
         com um simples balançado
         pudesse navegar, pelo mar...
         pelo seu mar vermelho
         mas não sei se é uma veia ou uma artéria
         não sei se vai ou se volta
         se me leva ou me trás do seu coração
         o que posso fazer então
         além de voltar pro balanço
         lá no fundo de casa
         no meu pé de ypê amarelo...
         Então fechei o folha com lágrimas nos olhos pois senti que essa simples música fosse mudar minha história...e por impulso disse:
            -Ted por favor me deixe levar essa música pra casa!
            -Claro, eu não queria que fosse de outro modo, afinal essa folha nem me parece ser da biblioteca e é como se ela tivesse escolhido você!- ele disse- Mas como sabe que isso é uma música? a mim pareceu bem mais uma simples carta!Mas não mostre essa folha para ninguém assim será melhor para todos.
            -Eu sei lá, senti que fosse uma música e deixa pra lá, mas muito obrigada Ted.- dei um beijo em sua bochecha e me pareceu que ele corou não posso dizer com certeza, pois sai correndo logo em seguida eu precisava ir pra casa.
            E eu nem tinha pensado nisso, como eu sabia que era uma música e como eu tinha uma leve impressão de ter inclusive uma voz a cantar e agora qual o porque de eu sentir que essa música em minha veias que chegam no meu coração como fogo e gelo juntos como um só.
            Pra falar a verdade a letra da qual a música foi escrita se parece muito com a minha e pronto cheguei em casa e eu tenho que ir pro balanço, meu balanço no fundo de casa no meu pé de ypê amarelo e agora mais essa semelhança, Merda.
            Não melhor esperar anoitecer, agora está muito cedo para eu ir pro balanço e também meus irmãos iriam atrapalhar minha concentração na música, então entrei em casa como se nada tivesse acontecido e arrumei a casa, meio distraída confesso, minha mãe que naquele dia tinha saído mais cedo do trabalho tinha reparado isso e eu disse que era só uma cólica menstrual e que iria passar logo...a noite foi chegando mais devagar do que normalmente teria chegado.
            Fui deitar para despintar e fiquei esperando o relógio bater meia-noite...
            Tum- tum- tum- tum- tum- tum- tum- tum- tum- tum- tum- tum ufa meia-noite.Fui correndo pro balanço e comecei a balançar cada vez mais forte enquanto cantava...
         Quando eu balanço
         e  o vento bate no meu rosto
         me lembro de você
         não que você me bata
         mas você me machuca tanto
         que eu não posso esconder
         que eu gosto de você
         e se eu não posso esconder
         o que eu posso fazer
         além de ir pro meu balanço
         no fundo de casa
         no meu pé de ypê amarelo
         mas se eu pudesse mudar o rumo de toda história
        com um simples balançado
         pudesse navegar, pelo mar...
         pelo seu mar vermelho
         mas não sei se é uma veia ou uma artéria
         não sei se vai ou se volta
         se me leva ou me trás do seu coração
         o que posso fazer então
         além de voltar pro balanço
         lá no fundo de casa
         no meu pé de ypê amarelo...
            Por fim balancei tão forte que cai, mas não era o meu quintal era uma cidade que eu nunca tinha visto, nunca tinha estado, nem ao menos imaginado...

4 comentários:

  1. Cecília, posta o capítulo 2! Tô morrendo de curiosidade pra saber o que vai acontecer coma a Cristine!

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  2. Vou esperar ansioso! Não se esqueça de registrar o livro quando terminar para que ninguém roube a ideia! Tá demais o começo!

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