quinta-feira, 15 de março de 2012

Capítulo 3 - Grinbold


                 Que cidade, que nada, está mais para um vilarejo, mas onde estou?E como vim parar aqui?Não dá para ver nada direito...devo estar sonhando!Me belisquei, me bati, pulei, esperneei e nada, é talvez isso não seja um sonho e deve-se pensar no que fazer agora.
            Pelo jeito que o céu está agora deve ser 1h da manhã, portanto não ter ninguém acordado, não me resta nada além de tentar dormir, só achei uma árvore para eu encostar nesse escuro, fazer o que né?
            Tentei mas não funcionou muito bem, a árvore era muito desconfortável e fui pensando em onde eu estava, então fui para as possibilidades:
            1°-Havia sido raptada por ETs;
            2°-Fui para um outro mundo, através do meu balanço que era mágico;
            3°-Fui para um outro planeta;
            4°-Estava num processo de transformação (vampiro, fênix, pensei até em unicórnio...);
            5°-Viajei no Tempo;
            Resolvi ficar só com as mais prováveis:1°- porque os ETs teriam um vilarejo que pareceu bem humano, bem eles poderiam ter raptados vários humanos e eles terem feito o vilarejo, é me pareceu provável, então era umas das escolhidas.2°-É a que eu mais gosto então, logo já era umas das escolhidas.3°-Não mesmo, nem sei porque pensei nisso.4°-Acho que eu teria percebido se fosse mordida ou algo assim.5°-Talvez, bem talvez mesmo seja isso o que aconteceu.Me restaram 3 possibilidades, mas ainda não sabia se era umas das 3.
            E tudo ia ficando mais escuro e calmo...até que senti algo me balançando...
            -Estranho acorda, acorda...
            Então abri os olhos e vi uma moça me chamando, sentei e falei:
            -Em que posso ajuda - lá?
            -Moço, o que o senhor está fazendo aqui?Ficou sabendo do meu irmão e veio pega-lo não foi, para lutar nessa guerra maldita.- ela disse com lágrimas nos olhos.
            Pensei no que ela disse 1° ela achou que eu era um homem, percebi que estava com minha calça jeans e minha blusa de moletom de capus, e pelas vestes que ela estava que eu posso descrever como longas e de um tecido que não se via a muito tempo, um vestido até bonito, mas que eu provavelmente não usaria, e que provavelmente as mulheres ali não se vestiam assim e a 2° estava tendo uma guerra, em algum lugar por perto.
            -Não vim pegar o seu irmão para essa tal guerra e eu não sou um homem- eu disse tirando o capus e revelando meus longos cabelos loiros, pude ver pelo espanto de seus olhos que eu estava certa essa mulher nunca imaginou uma mulher vestida de calça e me perguntei em que mundo essas pessoas estavam.- Posso lhe fazer uma pergunta?
            -Claro, e me desculpe por pensar que você era um homem.
            -Sem problemas, você foi raptada por ETs?e eles são verdes?
            -ETs?!O que são ETs?
            Ela não sabe o que é um ET?primeira possibilidade indo embora...
            -Em que mundo estamos?
            -Em que mundo estamos?o único que existe, ora!
            2° possibilidade indo embora...
            -Em que ano estamos?
            -No ano 238, mas que perguntas estranhas, você bebeu alguma...
            A 3° e menos provável é a verdadeira, ela disse mas alguma coisa mas eu nem ouvi, porque eu viajei no tempo, eu viajei eu viajei no tempo...
            -Uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuoooo YEEEEESSSSSS-eu grito
            A moça acabou se assustando com meu grito e eu disse envergonhada:
            -238 antes ou depois de cristo?
            -Quem é cristo?
            UAU, estou em 238 antes de cristo, viajei mas de 2.000 anos.Calma, não surta, se você gritar de novo essa moça vai enlouquecer.
            -Desculpe, é que eu fiz uma viajei muito longa e ainda não coloquei meus pensamentos em ordem!
            -Tudo bem, mas você veio de onde?
            -De um lugar muito longe, muito longe mesmo!Pode me falar um pouco da guerra?
            -Claro, me acompanhe até minha casa e eu te conto.
            -Não me disse seu nome?
            -Elisabeth.
            -Me chamo Cristine, Elisabeth.
            Fomos caminhando e enquanto caminhava reparei que a guerra mexeu muito com esse povo pois eu podia ver tristeza, muita tristeza mesmo nos olhos desse povo e essa guerra levou homens do reino todo, pois eu só via alguns meninos e alguns idosos, eles recrutaram todos os homens capacitados a luta, mas os olhos que julgavam a capacitação não eram os do povo mas de comandantes frios e cruéis...
            Além disso reparei nas casas, eram todas antigas(antigas pra mim é claro), lindas eu diria, ricas em detalhes apesar de simples, tinha um ar de aconchego, união, sei lá, enquanto andava as pessoas mesmo tristes e confusas pelas minha roupas, tentavam sorrir pra mim como se me dissessem que tudo iria acabar bem, mesmo que não tivessem certeza, havia chegado não havia nem um dia e eu já me apeguei a esse povo, e entraria em qualquer guerra se fosse para protegê-los...e ir pra guerra até que seria divertido.
            Elisabeth parou em frente uma pequena casa e me chamou para entrar, entrei e vi uma menina que parecia ter uns 6 anos sentada no chão e um menino que me pareceu ter uns 14 ao lado dela.
            -Esses são meus irmãos, Susie e Alexandre.
            -Oi- eu disse.
            -Beth ela vai nos fazer mal?-perguntou Susie a menina mais nova.
            -Não Su, ela só veio conversar um pouco.
            -Então, conte-me da guerra.
            -Nosso Rei Gustavo V se casou com a irmã do Rei da Yugos o Demitry I, e por cinco anos eles foram felizes, pelo era o que se dizia só que a rainha pegou nosso rei com outra mulher e voltou às pressas para seu país e contou a seu irmão que ficou furioso e declarou guerra a Girady imediatamente, desde então o rei vem pegando todos os homens de 13 a 60 anos para lutar na guerra e levando para um de seus acampamentos de guerra para serem treinados, todos acham loucura mas ninguém o diz ao rei.
            Tudo o que ela disse me deu arrepios, nossa que rei maluco, se eu o visse provavelmente diria tudo o que penso para ele...
            -Você pensou que eu fosse um oficial que veio atrás do seu irmão, qual o motivo disso?-perguntei a ela.
            -É que meu irmão também foi chamado, mas eu não queria que ele fosse, ele é só uma criança e eu não suportaria perder mais ninguém, já perdi meus pais para guerra, perder meu irmão seria demais, então o escondi aqui e casa, mas tenho medo que descubram.-ela disse começando a chorar.
            Eu não sabia o que fazer, mas de uma coisa eu tinha certeza tinha que ajudar essa família.
            Foi ai que tive uma idéia, só não sei se ela concordaria, de qualquer forma eu era a sua única chance, então não creio que ela recusaria.
            -E se eu me disfarçasse de homem e me passasse por seu irmão?
            -A guerra é muito perigosa, eu não posso permitir.
            -Não se preocupe comigo, eu sei me virar, além do mais eu sempre quis ir para guerra, você ficaria feliz por seu irmão estar a salvo e eu por ter ido pra guerra e por ter ajudo vocês!
            -Você tem certeza?
            -Absoluta. Eu só vou precisar de algumas peças de roupa porque eu não tenho nenhuma aqui e se você poder me emprestar algumas, eu agradeceria.
            -Claro, eu já vou pegar.
            -E se puder trazer umas blusas um pouco mais largas.
            Enquanto ela ia pegar as roupas, Alexandre o irmão dela se aproxima de mim e fala:
            -Você não precisa ir, eu vou.Elisabeth que fica com essas bobagens de que eu não posso ir pois ainda sou uma criança, entretanto eu já sou um homem, ela que não vê isso e me prende dentro de casa.
            -Alexandre, sério você é muito novo para a guerra, o rei de vocês que é um babaca, e fica mandando crianças, quanto a sua irmã ela só está preocupada com você!
            -Você fala de idade, mas você deve ter uns 17 e eu tenho 15, 2 anos de diferença grande coisa, além do mais você é uma mulher eu não posso permitir que você vá lutar no meu lugar!
            -Você não entende né, realmente não é só por você, é por mim eu quero ir para guerra, e enquanto meu pai estava vivo, ele me ensinou artes marciais, luta de 2 espadas, arco e flecha. Confie em mim eu sei o que estou fazendo.
            -Tudo bem, mas eu também quero ir, meu pai não me criou para ser um covarde, que foge das coisas!Por favor, fale com minha irmã para ela permitir que eu vá!
            Quando reparei Elisabeth estava parada na porta e provavelmente ouviu uma boa parte de nossa conversa.
            -Alexandre, já tivemos essa conversa e eu não quero que você vá, pare já com isso!-gritou ela.
            Pensando bem o garoto tinha razão no lugar dele eu também iria querer ir. Além do mais sinto como se o conhecesse muito bem. Então tive que falar em prol dele:
            -Elisabeth, por mais que eu ache que ele é muito novo, se ele quer ir, você não pode negar isso a ele, está no sangue dele ser assim, na essência, você deveria permitir.
            -Mas eu não suportaria perde-lo também.
            -Eu sei o quanto isso é difícil, mas eu vou também e prometo que eu vou protegê-lo em tudo que tiver no meu alcance, o garoto vai ficar bem.
            -Promete que vai se cuidar Alexandre?
            -Prometo.
            -Mas saiba que você vai porque eu sinto que posso confiar até minha vida, a Cristine.E eu nem sei porque.
            Mas eu sei porque, porque eu sou demais!!!Resolvi não falar nada sobre o fato, mas estranhamente eu também confia neles.Nesse momento pude ver a alegria em seus olhos, e me senti bem por isso, mas algo me diz que isso vai me dar muita, mas muita dor de cabeça, como um irmão mais novo...Beeem chato, tomara que eu esteja errada.
            Peguei as peças de roupas que Elisabeth tinha pegado para mim, era estranho não vestir as minhas roupas, mas tinha que ser assim.
            Vesti uma blusa branca e uma calça azul, a calça serviu perfeitamente, e a blusa assim como pedi ficou um pouco larga, e eu com alguns pano fui tentando disfarçar o busto. Foi um pouco difícil, mas com um pouco de sorte eu diria, consegui disfarçar um pouco, o que ficou bem melhor com um casaco por cima.
            Agora o maior problema, o cabelo, eu não sabia o que fazer...
            -Acho que você deveria cortar!-sugeriu Alexandre
            -Naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaão!Meu lindo cabelinho não!-eu disse, quase um grito eu diria.
            -Quero ver o que você vai fazer então. -disse Alexandre rindo.
            Com muita relutância deixei Elisabeth cortar meu cabelo um pouco abaixo do ombro, pois assim seria mais fácil disfarçar meu cabelo, coloquei um pano fino em volta do cabelo deixei uma parte da franja à mostra e coloquei um chapéu.
            Alexandre já estava arrumado e ansioso, então nos despedimos rápido o estranho que foi como deixar minha casa, na verdade mas difícil, quer saber deixa pra lá, eu só quero viver um pouco isso e fomos em busca da aventura ou da guerra, eu ainda não sabia o eu iria viver, o que eu deveria esperar, quantas pessoas vão morrer, quantas pessoas eu vou matar...

6 comentários:

  1. Oi Cecília! O terceiro capítulo de "Uma Brecha no Tempo" está incrível! Muito bem escrito, de fácil compreensão e com apresentação dos fatos bem elaborada. Diria que tome cuidado com o vocabulário e uso de gírias dos personagens do ano 238 a.C. Diria também que inclua algo explicando que Cristine de alguma forma conseguia entender a língua deles, pois provavelmente é uma língua extinta. Bom tudo são sugestões e críticas para que o livro fique cada vez melhor!
    Parabéns por mais um capítulo incrível!

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    1. obrigada pelas dicas tentarei melhorar o capitulo o mais rápido possível!:D

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  2. Agora, só resta aos "Brechinianos" esperar que a próxima quinta-feira chegue para que desvendemos mais um capítulo do livro! Aguardemos anciosos!

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    1. é só uma semana, passa rápido!fico feliz que estejam gostando!

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  3. Estou amando cada detalhe deste livro! é incrível a sua capacidade de produzir um livro assim!!! Parabens!!!

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